quinta-feira, 13 de novembro de 2008

FRASE DO ANO 2008

 

"Devido às quedas de bancos, queda nas bolsas, cortes no orçamento, à crise
nos combustíveis e pelo racionamento mundial de energia, informamos que a
famosa "luz ao fundo do túnel", está temporariamente desligada".

 
 

 Eduarda Maia

terça-feira, 28 de outubro de 2008

O DIVÓRCIO DE CAVACO

O DIVÓRCIO DE CAVACO

 

 

A promulgação da nova lei do divórcio é um excelente exemplo de como a política se torna absurda para o comum dos mortais.

 

Cada vez admira menos que as pessoas estejam fartas de políticos.

 

Casos desoladores não faltam e a promulgação da nova lei do divórcio é um

excelente exemplo de como a política se torna absurda para o comum dos mortais.

 

 Vejamos: Cavaco Silva é Presidente da República e tem, entre os seus poderes, o de vetar leis que ache más para o país. Cavaco discordou da nova lei proposta pelos socialistas por ser facilitadora do divórcio. Porquê? Porque ao eliminar o conceito de culpa permite que um dos cônjuges desfaça de 'motu proprio' um contrato celebrado a dois. Com vantagens vastíssimas: quem quer romper só tem que repartir os bens adquiridos, mesmo que tenha casado em comunhão de bens. O

divórcio fica mais convidativo e mais fácil. Cavaco é absolutamente contra. O que diz o Presidente? Que a lei «conduzirá a situações de profunda injustiça, sobretudo para as mulheres de mais fracos recursos e os filhos menores», que «assenta numa realidade social ficcionada», que «padece de graves deficiências técnico-jurídicas» e que vai «aprofundar situações de tensão e conflito na sociedade portuguesa», penalizando sobretudo os que «tendo cumprido os deveres conjugais ficarão numa situação mais fragilizada».E o que fez o Presidente? Vetou-a, como seria de esperar? Não, promulgou-a, apesar dos horrores que diz dela.

 

RR on-line, 2008-10-23

Ângela Silva

 

Ah! e viva o Sr. Presidente da República!

 

Viva Portugal que se afunda com esta laia de políticos miseráveis! Mas lá diz sábia e doutamente o nosso povo: "cada um tem aquilo que merece!". No caso da classe política, Portugal e os portugueses têm aquela que quiseram, ou lhe impuseram, consoante o ponto de vista, claro!

 

Parece-me que o voto nos "mal menor" tem de começar a ser muito bem pensado e reflectido por todos os portugueses em geral, e pelos católicos em particular.

Fica a reflexão e o alerta, desculpem-me este desabafo!

POEMA da "MENTE"...

 

 

 



Há um politico que mente,
Mente de corpo e alma, completa/mente.
E mente de maneira tão pungente
Que a gente acha que ele, mente  sincera/mente,
Mas que mente, sobretudo, impune/mente...
Indecente/mente.
E mente tão nacional/mente,
Que acha que mentindo história afora,
Nos vai enganar eterna/mente.

 

 

 

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

PENSAMENTO DO DIA

 

 

"Quando estão ameaçados os vossos interesses pessoais, isto é, o
vosso conforto, o vosso bem-estar, a vossa reputação, deveis ser
pacientes; e não só ser pacientes, mas também agradecer ao Céu
por terdes oportunidade de vos mostrardes inteligentes.
Ora, o que é que se vê por toda a parte? Pessoas que não mostram
a menor inquietação quando vêem as forças do mal realizarem a sua
obra de destruição sobre os outros, mas que mobilizam todo um
exército assim que surge o risco de os seus próprios interesses
serem lesados. Um dia, elas serão severamente julgadas por isso.
A Justiça Divina censurá-las-á: «Vós revoltastes-vos contra a
mais pequena injustiça que vos foi feita e, entretanto,
permanecestes impassíveis diante de todas as ignomínias que
outros estavam a sofrer; de certo modo, vós contribuístes para
isso.» E não lhes servirá de nada tentarem justificar-se,
dizendo: «Eu não sabia.» Há que saber."
Omraam Mikhaël Aïvanhov



terça-feira, 21 de outubro de 2008

O GOVERNO DÁ

Vais ter relações sexuais?
O governo dá preservativo

Já tiveste?
O governo dá a pílula do dia seguinte.

Engravidou?
O governo dá o aborto.

Teve filho?
O governo dá o Bolsa Família.

Tá desempregado?
O governo dá Bolsa Desemprego.

És viciado e não gostas de trabalhar?
o governo dá rendimento mínimo garantido!


AGORA...
Experimenta estudar, trabalhar, produzir e andar na linha pra ver o que é
que
te acontece!!!!!


VAIS GANHAR UMA BOLSA DE IMPOSTOS NUNCA VISTA EM LUGAR ALGUM DO MUNDO!!!!!

PARABÉNS TROUXA !!!

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

CONSELHOS DE MÃE A (NÃO) SEGUIR

As mães também se enganam.....

OITO MOTIVOS PARA NÃO SE CONFIAR SEMPRE NOS CONSELHOS DAS MÃES:


1 - Deixa de jogar bola e vai estudar para poderes ter um futuro!
(Mãe do Cristiano Ronaldo)

2 - Não te ponhas a escrever porcarias e faz os trabalhos de casa!
(Mãe do José Saramago)

3 - Pára de gritar!
(Mãe de Luciano Pavarotti)

4 - Deixa de brincar com essas máquinas ou nunca terás nada na vida!
(Mãe de Bill Gates)

5 - É a última vez que rabiscas as paredes da sala!
(Mãe de Miguel Ângelo)

6 - Pára de bater na mesa, estou cansada desses ruídos!
(Mãe de Samuel Morse)

7 - Fica quieto de uma vez, daqui a pouco vais querer dançar nas paredes!
(Mãe de Fred Astaire)

8 - Nada de igualdades, eu sou a tua mãe e tu és o meu filho!
(Mãe de Karl Marx)

9 - Pára de mentir! Tu pensas que estares sempre a mentir te vai ajudar a conseguir ser alguém na vida!?
(Mãe de José Sócrates)

Cruz escarnecida e reverenciada

 

Para comentar esta notícia, acesse:
http://noticias-lepanto.blogspot.com/2008/10/cruz-escarnecida-e-reverenciada.html

Cruz escarnecida e reverenciada
Uma história da festa da Exaltação

Por Elizabeth Lev*
ROMA, segunda-feira, 22 de Setembro de 2008 (ZENIT.org).- Quantas coisas podem mudar em duas décadas! Após anos de acções legais demandando que os crucifixos sejam retirados dos lugares públicos e de banalização da cruz como um acessório de adorno ou arte corporal, não é de estranhar que a festa da Exaltação da Cruz deixe muita gente perplexa.

A história da verdadeira cruz é longa e complicada: começa com um rebento de árvore da graça no Éden, passa através da ponte do Rei Salomão para Jerusalém, até a selecção desse antigo madeiro para a crucifixão de Cristo.

A tradição considera que após a crucificação a cruz foi escondida.

A cruz de Cristo foi descoberta por Santa Helena, a mãe de Constantino, que fez uma peregrinação a Jerusalém em 326, aos 80 anos. Seu espírito indomável, assim como suas extraordinárias aventuras, tomam sua mais encantadora forma literária no livrinho de Evelyn Waugh, «HHelena».

Parte da cruz permaneceu em Jerusalém, na Igreja do Santo Sepulcro, que foi dedicada em 14 de Setembro de 335. Esta data se converteria na festa da Exaltação.

Parece ser que a relíquia viajou pelo mundo inteiro. Foram enviados fragmentos às novas igrejas de Constantino em Constantinopla, enquanto outros pedaços ficaram na Igreja da Santa Cruz de Roma, construída por Santa Helena em sua própria terra.

A devoção à cruz se estendeu tão rapidamente que, antes do final do século IV, escreveu-se o hino «Flecte genu lignumque Crucis venerabile adora» e São João Crisóstomo nos diz que os fragmentos da cruz eram venerados no mundo inteiro.

Contudo, curiosamente, a Exaltação da Cruz não só celebra o redescobrimento da verdadeira cruz; também comemora um evento em um dos momentos mais turbulentos da história cristã.

Em 615, às vésperas do surgimento do Islão, o exército persa avançava por todo o Mediterrâneo. O rei Cosroes da Pérsia, ainda que tenha deixado o sepulcro de Cristo intacto, levou o fragmento da cruz que Santa Helena havia deixado lá.

Constituindo-se em um deus, o rei Cosroes construiu um trono em uma alta torre e se sentou nele com a cruz à sua direita, denominando-se como «o pai».

O imperador bizantino Heráclio desafiou Cosroes a um combate para recuperar a cruz. Vitorioso, Heráclio devolveu o preciso relicário a Jerusalém. Havia pensado fazer entrar o relicário na cidade pela mesma porta pela qual Cristo entrou antes de sua crucificação, mas uma demolição bloqueou sua passagem.

Dado que Cristo havia passado através dessa porta humildemente sobre um burro antes de ser morto, Heráclio tirou a coroa, jóias e sapatos, e vestido apenas com a túnica, carregou o relicário nos ombros. Em 14 de Setembro de 630, a cruz foi restituída a Jerusalém como exemplo de humildade para todo o povo.

Esta história épica capturou a imaginação de numerosos artistas, especialmente no Renascimento, quando a arte se dedicou a narrar os grandes eventos históricos.

Antoniazzo Romano descobriu o acontecimento com as cores brilhantes de um manuscrito iluminado na abside da Igreja da Santa Cruz, enquanto Piero della Francesca, trabalhando na mais afastada cidade de Arezzo, de 1452 a 1463, transmitiu a majestade desta história em um dos ciclos de frescos mais importantes do século XV.

Na basílica de São Francisco, Piero conta a história com simplicidade e com um mínimo de detalhes decorativos, mas com potente monumentalidade. Em uma das primeiras cenas nocturnas da arte italiana, «O Senhor de Constantino», o imperador dorme em sua barraca e sonha com a cruz na véspera da Batalha da Ponte Mílvio. Um impressionante anjo irrompe na cena enquanto a luz embutida do pintor representa o milagre da conversão de Constantino.

A «Exaltação da Cruz» de Piero della Francesca, apesar da perda da figura de Heráclio, expressa a paz, a calma a ordem que a restituição da cruz trouxe, uma mensagem oportuna neste tempo de guerras contínuas.

Estas imagens reflectem a dignidade dada à cruz por artistas, cidadãos e governantes.

Com o passar dos anos, a cruz foi atacada por muitos. Voltaire ensinou o mundo a ridicularizar a cruz quando, em «O Dicionário Filosófico», escreveu na parte «Superstição»: «São aqueles pedaços da verdadeira cruz, que bastariam para construir uma nave de cem canhões, são as muitas relíquias reconhecidas como falsas, são os falsos milagres, assim como muitos monumentos de uma piedade iluminada?».

Para dar uma resposta à era científica, formou-se no século XVII um grupo de jesuítas da Bélgica, os Bolandistas. Estudaram as evidências que tinham a ver com os milagres, relíquias e vidas de santos. Citam um estudo que pesava e media todas as relíquias conhecidas e chegaram à conclusão de que os pedaços existentes não bastariam para fazer nem sequer uma só cruz.

Esta festa, com frequência ignorada, serviu durante muito tempo para recordar à comunidade cristã que o significado de nossa redenção deveria ser levar a luz ao nosso mundo, vidas e corações de todos os tempos, e que deveríamos reflecti-la com o mesmo valor, humildade e determinação que Jesus mostrou durante sua paixão.

No mundo de hoje, onde a cultura pop ri da cruz e os políticos a negam, esta festa impulsiona os cristãos a celebrarem o heróico sacrifício de Cristo e não a envergonhar-se dele.

*Elizabeth Lev é professora de História da Arte em Roma

 

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Como o plano de Mao conduz a China

 Para comentar este artigo aceda:
http://noticias-lepanto.blogspot.com/2008/09/como-o-plano-de-mao-conduz-china.html

Como o plano de Mao conduz a China
Fonte: Jung Chang e Jon Halliday, "Mao", Gallimard, Paris, 2005, 843 p.

- O plano da China "superpotência"

"Mao esteve em condições de lançar, em 15 de Junho [de 1953] seu plano de industrialização (...). O que Mao cuidava bem de não esclarecer era a natureza essencialmente militar desse plano, a qual iria ficar escondida, e ainda é muito pouco conhecida na China de hoje. A prioridade era dada à indústria das armas, e todos os recursos do país deviam ser consagrados para essa realização. O objectivo de Mao era que a China se tornasse uma superpotência para que quando ele falasse o mundo inteiro ouvisse". (p. 414)

- Mao: China centro tecnológico e militar da revolução mundial

Mao:"Nós não devemos nos contentar com sermos o centro da revolução mundial, nós devemos nos transformar também no centro militar e tecnológico. Nós devemos armar os outros com armas chinesas, onde estará gravado nosso nome (...). Nós devemos nos tornar o arsenal da revolução mundial". (p. 610-611)

- Mao e os empresários "úteis" para a Revolução Mundial

"A colectivização da agricultura tornou o regime ainda mais totalitário. Na mesma época, Mao ordenou a nacionalização da indústria e do comércio nas zonas urbanas, a fim de concentrar a integralidade dos recursos para a realização de seu programa. Entretanto, os homens de negócios e os chefes de empresa não foram perseguidos como foram os proprietários agrícolas (...) 'A burguesia, explicou Mao, é muito mais útil de que os proprietários de terras. Os burgueses possuem savoir-faire e qualidades de administradores'."
(p. 431)

- Plano: China substituindo Rússia na revolução mundial

"Mao previa uma situação na qual, dizia ele, 'os Partidos Comunistas do mundo inteiro não acreditarão mais na Rússia, mas acreditarão em nós'. A China então poderia se apresentar como 'centro da revolução mundial'. (...)

A ideia de erigir a experiência chinesa como modelo, enquanto milhões de chineses morriam de fome, poderia parecer uma gagueira. Mao, entretanto não tinha preocupação alguma, pois confiava nos filtros
através dos quais os estrangeiros estavam autorizados a ver e ouvir a China. (...) Quando Mao, em plena fome, se espraiava em mentiras desavergonhadas diante de François Mitterrand ? "eu repito, para ser ouvido: não há fome na China" ? este engoliu tudo e chegou a escrever a que Mao "não era um ditador", mas um "humanista"." (p. 500-501).

- Ambição suprema: dominar o mundo e unificá-lo sob sua bota

"A ambição suprema de Mao era dominar o mundo. Em Novembro de 1968, ele confidenciava a Edward Hill, chefe do partido maoísta australiano:
"'No meu ponto de vista, seria preciso unificar o mundo (...). No passado, muitas pessoas, especialmente, os mongóis, os romanos, (...) Alexandre Magno, Napoleão e o império britânico tentaram fazê-lo. Nos nossos dias, os Estados Unidos e a União Soviética quereriam os dois consegui-lo. Hitler queria unificar o mundo (...). Mas, todos fracassaram. Entretanto, me parece que há uma possibilidade que não desapareceu (...). No meu ponto de vista, podemos ainda unificar o mundo'. (...)

"Os argumentos que ele apresentava repousavam unicamente no tamanho da população chinesa (...)".

"Para açular esta ambição planetária, Mao lançou-se em 1953 no seu programa de industrialização e de armamento, queimando etapas e assumindo riscos consideráveis no domínio nuclear. Neste sentido, o episódio mais assombroso aconteceu quando, o 27 de Outubro de 1966, um míssil balístico munido de uma ogiva nuclear foi disparado por cima do noroeste da China e percorreu oito centos quilómetros sobrevoando várias cidades bastante importantes. Era a primeira vez que um país ousava uma experiência desta natureza, com o acréscimo de que o foguete era conhecido pela falta de fiabilidade, o que pôs em perigo de morte todas as populações que se encontravam na sua trajectória. Três dias antes, Mao em pessoa disse ao responsável de proceder ao lançamento, e que em caso de fracasso ele assumiria a responsabilidade.

"Quase todas as pessoas engajadas no projecto esperavam uma catástrofe, e o pessoal da sala de controle achou que tinha chegado sua última hora. (...) Nesse caso, o ensaio foi um sucesso, e apressou-se em atribuí-lo ao 'pensamento' de Mao (...). Na realidade, foi um puro golpe de sorte. Todos os ensaios posteriores fracassaram pois o míssil se pôs a girar furiosamente sobre si próprio logo após ter descolado. (p. 609-610)"

- Mao: prazer com a bomba atómica

"Mao foi o único chefe de Estado do mundo que saudou com festividades a nascença desta arma de destruição massiva. Em privado, ele compôs dois versos de má qualidade: Bomba atômica explode quando lhe é dito de explodir. Ah, que alegria inefável! (p. 526)

- Genocídio para forçar a industrialização e o triunfo da revolução mundial

"Perto de trinta e oito milhões de pessoas morreram de fome ou de exaustão no curso dos quatro anos que durou o 'Grande Salto avante'. Esta cifra, Liu Shao-Chi ele próprio, número dois de Mao, a confirmou (...)

"Esta fome foi a pior do século XX ? e até de toda a História. Mao causou conscientemente a morte de essas dezenas de milhões de pessoas esfomeando-as e as esgotando pelo trabalho. (...)

"Para dizer tudo, Mao previra um número de vítimas mais considerável ainda. Ainda que o 'Grande Salto' não tivesse por outro objectivo que eliminar chineses, Mao estava pronto para que houvesse hecatombes e fez entender aos dirigentes que eles não deveriam se mostrar chocados se aconteciam.

"No Congresso de 1958, no qual foi dada a partida do 'Grande Salto', ele explicou a seu auditório que se pessoas morriam em consequência da política do Partido, não seria preciso se assustar, mas de se regozijar. (...)

"A morte é verdadeiramente uma causa de regozijo (...). Dado que nos
acreditamos na dialéctica, nos não podemos não ver nela senão um benefício". "Esta filosofia, ao mesmo tempo despachada e macabra foi transmitida de degrau em degrau até os dirigentes de base. (...)

"Nós estamos dispostos a sacrificar 300 milhões de chineses pela vitória da revolução mundial" declarou em Moscou em 1957, ou seja, a metade da população de então. Ele o confirmou diante do Congresso do Partido, o 17 de Maio de 1958: "Não façam, pois, tantas histórias a propósito de uma guerra mundial. Na pior das hipóteses, ela causará mortes (...) a metade da população desapareceria (...) a melhor das hipóteses é que uma metade da população fique com vida, se não pelo menos um terço..."

"Mao não pensava somente na guerra. Em 21 de Novembro de 1958, evocando diante de seus conselheiros mais próximos, os projectos que exigiriam mão de obra enorme, como as campanhas de irrigação e o fabrico de aço, ele declarou, reconhecendo de modo implícito e quase boçal que os camponeses que não tinham o quê comer deviam se matar no trabalho: "Trabalhando desse modo, em todos esses projectos, a metade dos chineses deverão tal vez morrer. Se não é a metade, será tal vez um terço, ou um décimo? Digamos 50 milhões de pessoas". (p. 478-479)

- A Revolução Cultural e a extinção da milenar cultura chinesa

"No fim de Maio de 1966, Mao montou um novo organismo, o "Grupo restrito da Revolução cultural", encarregado de organizar a purga. (...)

"Em Junho, Mao estendeu o terror ao conjunto da sociedade, fazendo dos jovens que frequentavam escolas e universidades seus instrumentos primeiros.

"Os estudantes foram encorajados a atacarem os professores e a todas as pessoas encarregadas de sua educação, com o pretexto de que uns e outros lhes tinham deformado o espírito com suas "ideias burguesas" (...) as primeiras vítimas foram os mestres e o pessoal administrativo dos estabelecimentos escolares porque eram eles que instilavam a cultura...

"Em 2 de Junho, colegiais de Pequim afixaram um cartaz assinado por um nome impactante: "os guardas vermelhos" ...

"A prosa estava salpicada de fórmulas agressivas "A baixo os 'bons
sentimentos'!", "Nós seremos brutais!", "Nós vos derrubaremos e vos
esmagaremos aos nossos pés!". Mao tinha semeado o ódio e ia recolher os frutos desencadeando os piores instintos dos adolescentes que constituíam o elemento mais maleável e mais violento da sociedade". (p. 556-557)

- Desprezo da vida de milhões para lograr seus objectivos

"A fome que grassou em toda a China de 1958 até 1961 [N.R.: "Grande Salto avante"] atingiu seu ponto culminante em 1960. Naquele ano, as próprias estatísticas do regime indicam que o consumo médio de calorias por dia caíra a 1.534,8.

"Segundo um dos grandes apologistas do regime comunista, Han Suyin, as donas de casa nas aldeias tinham direito, no máximo, a 1.200 calorias por dia em 1960.

"A título de comparação: em Auschwitz, os deportados condenados a trabalhos forçados recebiam diariamente entre 1.300 e 1.700 calorias; eles trabalhavam por volta de onze horas por dia, e a maioria dos que não conseguiam achar um pouco mais de alimento morriam no espaço de alguns meses.

"Durante a fome, o canibalismo fez sua aparição. (...) Durante esse tempo, havia de sobra para comer nos armazéns do Estado, sob custodia do Exército. Deixava-se mesmo apodrecer certos produtos. (...) Uma ordem vinda do alto dizia: "Proibição de abrir a porta do armazém, ainda que a população esteja morrendo de fome" (p. 477)

- Extinguir a cultura e preparar a futura geração de líderes da China

"Depois das escolas, Mao ordenou aos guardas vermelhos espalhar o terror na própria sociedade (...). Em 18 de Agosto, Lin Biao, do alto da porta Tienanmen, com Mao a seu lado, exortou os guardas vermelhos de todo o país a "a calcarem as quatro velharias ... o velho pensamento, a velha cultura, as velhas vestimentas e os velhos costumes". Os jovens atacaram antes de tudo as lojas ... Tudo isso não era ainda suficiente para Mao. 'Pequim não afundou suficientemente no caos (...) Pequim é civilizado de mais', declarou
ele o 23 de Agosto. ...

"A fim de espalhar o medo no mais fundo do país, Mao encorajou os jovens predadores a lançar operações punitivas contra pessoas cujo nome e endereço eram fornecidos pelas autoridades (p. 561)

"Durante o verão de 1966, os guardas vermelhos devastaram todas as cidades sem excepção, grandes e pequenas, e algumas zonas rurais. Possuir livros ou o que quer que fosse que pudesse ser associado com a cultura era perigoso
(...)

"Mao conseguiu assim limpar os lares de todo sinal de civilização. Quanto ao aspecto das cidades, ele atingiu seu objectivo de longa data, que era tirar da vista de seus súbditos os vestígios do passado. Um grande número de monumentos históricos que tinham sobrevivido até lá à aversão geral, foram destruídos. Em Pequim, dos 6.843 que ainda estavam em pé em 1958, 4.922 foram reduzidos a pó." (p. 563).

- O crime de massa ensinado às bandas de facínoras exaltados

"As autoridades organizaram "demonstrações de chacinas modelo", a fim de explicar às pessoas como dar a morte com um máximo de crueldade e, por vezes, a polícia supervisionava a carnificina. Nesse clima de horror, uma forma política de canibalismo fez aparição em numerosas partes do interior, particularmente no condado de Wuxuan, onde um inquérito oficial, diligenciado após a morte de Mao, contou 76 vítimas.

"Tudo começava geralmente numa manifestação de denúncias, esse grande
clássico da era maoísta. A seguir, as vítimas eram massacradas e os pedaços selectos de sua anatomia, coração, fígado, e às vezes, o órgão sexual lhes eram tirados, por vezes, antes mesmo de os infelizes entregarem a alma, e cozidos no local para serem comidos no curso de ágapes baptizados 'banquetes de carne humana'" (p. 587).

Extraído do blog Pesadelo Chinês:
http://pesadelochines.blogspot.com/

 

 

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Casal luta na Justiça para que os filhos só estudem em casa

Para comentar esta notícia, procure em:
http://noticias-lepanto.blogspot.com/2008/07/casal-luta-na-justia-para-que-os-filhos.html

Folha de S. Paulo, sexta-feira, 27 de Junho de 2008

Casal luta na Justiça para que os filhos só estudem em casa
Cláudia Collucci

Um casal de Timóteo (216 km de Belo Horizonte) luta na Justiça pelo direito de ensinar seus filhos em casa. Adeptos do homeschooling (ensino domiciliar), movimento que reúne 1 milhão de adeptos só nos EUA, eles tiraram os filhos da escola há dois anos, o que é proibido pela legislação brasileira. Eles atribuem a decisão à má qualidade do ensino do país.

Cléber e Bernadeth Nunes respondem a processos nas áreas cível e criminal - se condenados, podem perder a guarda dos filhos. Ontem, na audiência do processo criminal movido contra eles, por abandono intelectual, o juiz Ronaldo Batista ouviu Davi, 15, e Jônatas, 14, que garantiram não terem sido obrigados pelos pais a deixarem a escola.

O próximo passo determinado pelo juiz será uma avaliação sócio-educacional dos meninos feita por peritos. Também foram arroladas duas testemunhas de defesa do casal. Ainda não há uma data prevista para a próxima audiência.

Cléber e Bernadeth respondem também a uma acção cível por infringir o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), que já resultou em uma condenação: pagamento de multa de 12 salários mínimos e obrigação de rematricular os filhos. O casal recorreu da decisão.

"É um absurdo. Estão tratando a gente da mesma forma que tratam os pais que negligenciam a educação dos filhos, que os retiram da escola para pedir esmola nos sinais", diz Nunes, 44, designer gráfico autodidacta, que abandonou os estudos formais no primeiro ano do ensino médio. A mulher é decoradora e cursou até o segundo ano da faculdade de arquitectura.

Para demonstrar que o ensino em casa é eficiente, Cléber Nunes diz ter incentivado os filhos a prestar o vestibular na Fadipa (Faculdade de Direito de Ipatinga), escola particular da região, no início do ano. Eles foram aprovados em 7º e 13º lugar. O resultado virou peça de defesa no processo.

"Meus filhos estão muito mais adiantados nos estudos do que se estivessem na escola", garante o pai. Segundo ele, a rotina escolar doméstica começa às 7h com a leitura da bíblia. "Não temos uma religião definida. Não somos nem católicos, nem evangélicos."

Nos EUA, o homeschooling é praticado por grupos religiosos.

Os meninos aprendem retórica, dialéctica e gramática, aritmética, geometria, astronomia, música e duas línguas estrangeiras - inglês e hebraico. Ao todo, estudam em média seis horas por dia.

"Podemos fazer muito mais por eles do que o ensino que estavam recebendo na escola pública. Todo mundo sabe que a escola brasileira vive uma deficiência crónica", afirma Nunes.

O Ministério Público diz que o casal violou princípios constitucionais e contrariou o Código Penal, o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que exigem matrícula no ensino formal.

Os Nunes foram denunciados ao Conselho Tutelar em 2007 por um morador da cidade. "Vamos lutar até as últimas consequências pelo direito de educar nossos filhos", diz Nunes, que tem uma filha de 1 ano.

O homeschooling é regulamentado em países como Canadá, Inglaterra, México e alguns Estados dos EUA. Ao todo, 2 milhões de crianças seguem esse sistema de ensino, segundo a Unesco.

Educadores afirmam que a função da escola vai muito além do ensino e que o convívio escolar tem um papel importantíssimo na vida da criança e do adolescente.
Justiça vetou pais de ensinar filhos em 2001

O caso da família Nunes não é o primeiro que chega à Justiça brasileira. Em 2001, o casal Carlos e Márcia Vilhena Coelho entrepôs um mandado de segurança para garantir o direito de ensinar em casa três filhos com idades entre seis e nove anos.

As crianças, apesar de formalmente matriculadas no Colégio Imaculada Conceição, de Anápolis (GO), nunca haviam frequentado regularmente a escola. Estudavam em casa e só iam ao colégio para a entrega de trabalhos ou para fazer provas.

Na época, os Vilhenas receberam manifestações de apoio de vários países onde o homeschooling é regulamentado. Agora, Márcia Vilhena e seu filho mais velho serão testemunhas de defesa dos Nunes.

No início deste mês, o deputados federais Miguel Martini (PHS-MG) e Henrique
Afonso (PT-AC), realizaram um protocolo de projecto de lei na Câmara que regulamenta a educação domiciliar no país.

 

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